sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Por cada toque inusitado


Por cada toque inusitado
De teu olhar ao mundo,
Nasceu a senciência do inato
Sonho que, no profundo,
Volvia em ti.

Ayalal,
7.Kuthona.4699

sábado, 22 de outubro de 2016

Há, no marulhar


Há, no marulhar,
A saudade de ser chuva
A beijar o mar.

Mystic Sea, Maureen E. Kerstein
Ayalal,
1.Kuthona.4699

Não pendas da forca do pensar


Não pendas da forca do pensar
Que restringe as palavras.
Ordena à corda que desenlace do nó
A veracidade que opina muda
Na bravura de teu olhar,
E seja palavra que se desnuda
De preconceito e vergonha sua,
Aquando o ímpeto de falar.

Ayalal,
4.Kuthona.4699

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Desagua, ligeira


Desagua, ligeira,
Oh, foz que és mar
No impensar do rio.
Antes foste ribeira
Alegre, em fio d'estio,
E chuva, nuvem, vapor
Vago, em ti contido.
És sapiência de ciclo
Que corre ao sabor
De um suspiro.

Ayalal,
21.Neth.4699

sábado, 24 de setembro de 2016

Pinto o céu de palavras


Pinto o céu de palavras
Que se desnudam,
Sob o terno toque do vento.

Que se cubram nas nuvens,
Donde tomam o pudor
De se vestirem de chuva,

E derramem entre nós
A sonoridade de si,
Que escreve sem tinta

Nas ruas.

Ayalal,
30.Neth.4699

domingo, 18 de setembro de 2016

Sois Sol, mundo e coração


Sois Sol, mundo e coração
De cadência viva,
Inspiração
Que cogita a serena
Sinceridade do sorriso,
Enquanto sorri.

Ayalal,
26.Neth.4699

sábado, 17 de setembro de 2016

As tuas cordas choram a mágoa

Still Life with Violin, Bow and Sheet Music,
Nicholas Alden Brooks (1903)

As tuas cordas choram a mágoa
Daquele que desconhece o inato
De sua existência.

Ayalal,
08.Neth.4699

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Não roubais a senciência


Não roubais a senciência
Ao ente que de parco tem em si
A agrura que se avulta
No ponderar,

Nem a tomais do sábio,
Que se perdida, sua mão
É dada ao álgido ventre
Da lógica.

Ayalal,
15.Neth.4699

domingo, 11 de setembro de 2016

Repouso no céu o olhar


Repouso no céu o olhar,
Onde o inato detém para si
Os mundos que, ao imaginar,
A realidade tomam de mim.

Têm de vida o desconhecer,
Que evolve, sereno, longínquo,
No que vejo, sem ver,
Da existência que pressinto.

Ayalal,
07.Neth.4699

domingo, 4 de setembro de 2016

Espelha-se na tua mentira


Espelha-se na tua mentira
A verdade que nela habita,
No profundo de seu coração,
No olhar que hesita,
No trejeito,
Oh, por vezes tão perfeito
Que a suspeita é por si,
De seu jeito, revelação,
E no desígnio, que encoberto,
Tem dele o mais incerto,
E a mais pura intenção.


The Mirror, Frank Dicksee (1896)

Ayalal,
02.Neth.4699

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Ergue, em pergaminho antigo


Ergue, em pergaminho antigo,
O barco que navegará o mar
De cada folha, cruzando ondas
De frases ignotas, para aportar
No parágrafo que é, de intento,
Um livro descoberto a findar.

Ayalal,
21.Lamashan.4699

domingo, 21 de agosto de 2016

Rasga o céu


Rasga o céu e silencia
A pequenez do mundo
Que se recusa a ouvir.
Sê da natura força rosnar
Do ímpeto que a acomete,
Selvagem, senhora do tudo,
E senhora de si.

Que te venerem, venerando-se,
De respeito em punho,
Igual por igual, que somos
Parte de um todo, complexo
Uno que se quer partir.
Tempestade, rasga o céu e alumia
A pequena mente dessa parte de ti.


Miranda -The Tempest, J.W. Waterhouse (1916)

Ayalal,
31.Lamashan.4699

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Há quem nasça no dia de não Ser


Há quem nasça
No dia de não Ser,
Quando no céu
As estrelas se apagam
Para não ver
A pequena mão
Estendida da inocência
Do nascer.

O choro é alto, porém
Apagado p'lo não querer
Ouvir, os dedos
Esfriam sob o álgido
Do dessaber,
Escondendo o olhar
No não mais acordar
Do adormecer.

Ayalal,
26.Lamashan.4699

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Defino-te em utopia


Defino-te em utopia,
De trejeito que é horizonte
Decidido pelo Sol
Ao seu nascer.
Da aurora tens o raiar
Que sorri na alegoria
Do cumprimento ao mundo
Tomado
Pelo despertar.

Ayalal,
18.Lamashan.4699

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Doo a vida


Doo a vida,
A quem a colher em mão
E semear na terra fértil,
Ainda que vazia,
Do mundo nascido
Em pensamento e criado
No coração.

Ayalal,
13.Lamashan.4699

Corre, de pés descalços


Corre, de pés descalços
Pisando as palavras que mordem
Da pele o inato, e esconde,
No silêncio tingido de ti,
O que não é razão.

Ayalal,
12.Lamashan.4699

sábado, 13 de agosto de 2016

Não lamentes a lágrima


Não lamentes a lágrima
Que foge ao olhar,
Aquando a tentativa
De sua prisão.
Livre, permite-lhe partir,
Libertando de ti o coração
Exausto do fingimento
De não sentir.

Ayalal,
07.Lamashan.4699

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Degustemos a companhia do céu


Degustemos a companhia do céu,
Enquanto as nuvens contam
Seus segredos ao deambular
Dos olhos que se perdem
Na imensidão
Que nos toma o ar.

Ayalal,
04.Lamashan.4699

domingo, 7 de agosto de 2016

Paremos o tempo


Paremos o tempo.
Que o Futuro seja sombra
De augúrio anónimo,
A aguardar o momento
Que nunca virá.

Nisso o Presente será
Sopro d’alento,
Que em seu sorriso tomará
A eternidade e o advento
De um sonho.

Ayalal,
27.Rova.4699