Sentei-me e olhei em redor. A tarde caía no rumor das palavras enquanto as crianças traquinas corriam e saltitavam livres, pedalando bicicletas de pedais esvoaçantes que as erguiam à altura do infinito. Sim, como eram tão alegres! Perdiam-se nos meandros floridos da vida qual Alice no País das Maravilhas e rebolavam por eles, esquecendo mal e bem na sua inocência, cantando, gritando, sorrindo e gargalhando!
Era assim o passado deles, e assim era o meu. Passado perdido este meu que se perdeu. As flores desse jardim onde brincavam na eternidade murcharam sem os cristalinos sorrisos e das rosas nasceram cruéis espinhos. Labirintos inexpugnados floriram e ainda espreito por eles esperando o dia em que verei chegar aquela bicicleta azul do céu que erguerá véus distantes, num retumbante eclipse que sorrirá, na alva brancura que é tua e minha. No seu cestinho acriançando trará esperança, essa que agora se entrança em desfazadas malhas dubias, essa que quis fugir para os confins do coração, esse que já não bate, esse que falhou. Faltou-lhe sereno o sangue, faltou-lhe o apagado fulgor.
Nada mais direi, as palavras escoaram-se, levadas pela torrencial chuva que se abate da divina catedral que é o teu olhar. Ansierei a esperança, esperarei o amor, aqueles que divinos incendiarão espinhos e tornarão fértil o solo ardido de reclusão. Eclodirão papoilas na inocência que lhes é devida, seremos novamente crianças e brincaremos às escondidas neste mundo que nos esconde o prazer de viver. Não mais estará escondido, ocuparemos esse lugar com chilreares, canções dançantes e sinfonias de embalar. Pois nada mais temos e o que pensamos ter nada é. O vil pesar não existe, o ódio é simples ilusão. Cantemos, pois para isso nascemos, para estarmos vivos e viver!
“Como te chamas, estranho ser”, perguntas-me? Mas que interesse tem uma simples nomeação? Nenhum! Somos iguais e únicos. Somos efémeros e imortais seres com coração.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Vontades
Cintilam sinais e vontades
No canto vosso que oiço.
Erguem asas e voam
Do passado alegre ocioso.
Planeis rumo ao infinito,
E ele acena-te palavras incansáveis.
Espera-te de braços abertos,
Com beijos sábios e veneráveis.
Mas não desespereis
Pois canto esse é d’alento!
Sorri e não deixais de cantá-lo
Eterna essa brisa do vento.
E chegareis longe, a esse infinito
De universo inabalado.
Será vosso, só teu,
O fututo inacabado.
No canto vosso que oiço.
Erguem asas e voam
Do passado alegre ocioso.
Planeis rumo ao infinito,
E ele acena-te palavras incansáveis.
Espera-te de braços abertos,
Com beijos sábios e veneráveis.
Mas não desespereis
Pois canto esse é d’alento!
Sorri e não deixais de cantá-lo
Eterna essa brisa do vento.
E chegareis longe, a esse infinito
De universo inabalado.
Será vosso, só teu,
O fututo inacabado.
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