Recordo a tua alegria

Recordo a tua alegria

Com a dor que atenta

Contra mim e ludibria

A sanidade;

Recordo o teu sorrir,

Tão puro

E sem de si fingir,

Que me oferecia o Sol;

Recordo o toque morno

Do abraço que detinha

Mundo e sonho

Que se esvaiu.

E choro...

Choro a cada dia fugidio,

Ao qual imploro

Por ti.

Ayalal, Aergia (2016)

Ayalal,

28.Gozran.4711

Há, sob meus pés

Há, sob meus pés,

Um trilho trôpego que descalço

Se palmilha em busca de mim.

Desconheço o rumo que segue;

Quiçá me encontre no fim.

June in the Austrian Tyrol, John MacWhiter (1892)

Ayalal,

25.Gozran.4711

A ausência remexe-se

A ausência remexe-se 

E rouba o fôlego do que é vivo, 

Rouba, com um sorriso 

Que rasga o peito, 

Em seu vil trejeito 

D’agrado entristecido.

*

Absence fidgets and steals

The breath of what is alive,

It steals, with a smile

That tears the breast,

In its vile grimace

Of sorrowful pleasure.

Ayalal,

20.Gozran.4711

Há o esquecer

Há o esquecer

E o esquecido,

E o recordar

Daquilo que no tempo

É volvido.

Ayalal,

13.Gozran.4711

Há mortos que vivem

Há mortos que vivem

No horizonte de um olhar cego,

Acomodados nas montanhas

De cumes pensados

E sopés esquecidos,

Envelhecendo e extinguindo

O Tempo na Eternidade.

Ayalal,

14.Gozran.4711