quarta-feira, 22 de abril de 2009
O Grande Mostrengo
Ouçam-no clamar, dos confins,
Os tempos idos que agora são.
Ouçam e atentem, que o mostrengo
Clama baixo sussurro dúbio do mar.
Não grita como outrora falou,
Para a vós não assustar.
E o sussurro é engodo à presa,
Ouçam o Poeta, que vos avisou!
Que hoje os batentes do mar
Tremeram ao vento fraco da brisa,
Tremeram e quase caíram
Nos tormentos do afundar.
Ai, Pessoa, digo que a razão
Era tua, aquela, a da loucura.
E os mostrengos são eles
Os Grandes que nos vão matar
Esperanças que bracejam vãs
E que se estão a afogar.
Por isso remem, marinheiros,
Remem rumo à contra-maré.
Que por temor se esvai o monstro
Para o profundo do não voltar.
Remem, para pátria nossa e seu fulgor
Nos baixios secos não naufragar.
(Tema: Fernando Pessoa e a Crise do País
Para um concurso da FCUL)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
Acabado hoje na aula de antropologia xDD
Vá lá que hoje não eram macacos! LOL
Está lindo como sempre, acho que este foi promovido a meu favorito ^^
***
Obrigada, Jolizita ^^
Mas mesmo assim ninguém percebe xD
Eu percebi! É para mim uma metáfora dos dias de hoje, em que a crise é noticiada por todo o lado. Coragem, que vamos ultrapassar isto xD
Vais ganhar o concurso, obviamente. Eles deviam fazer uma categoria à parte só para Letos, porque assim não é justo para os outros. x)
Está excelente. :D
Bela crítica.
Beijinho*
Mito criado pelo árabes para os europeus não irem para essas águas.
Estava em jogo o comércio internacional da época!
Muito bom! Gostei muito, parabéns! Eheheh bjs
Enviar um comentário