quinta-feira, 23 de julho de 2009
Peste
Não te sorri o olhar fosco
Esfolado em agulhas que te aguilhoam.
Não te sorri que nasceu morto,
Aborto de garras estendidas. Que te doam,
As mágoas da luz que a ele deste,
Quando a ti arranhar a negra peste.
Que o abortinho ri-se…
Ai a peste tem humor vítreo estilhaçado!
Rasga o ventre que o sustém e ri-se, ri-se,
Ri-se o cego aborto danado,
Vidro a vidro, vontade férrea e sabor
De sangue rubro e tua dor.
Então, rejeita-lo da corpórea mente, alma andante.
Rejeita-lo em forma de te rejeitares.
Que agora ele não ri, sorri a ti, seu amante,
Que o susténs sempre em ajeitares
Ternos, de dor mal contida.
Um brinde à peste que te alimenta, de putrefacta vida.
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7 comentários:
Muito forte! Chocante até...! Mas... gostei!
Um poema pesado, a fazer lembrar a Idade Média, nomeadamente a peste negra. Certos versos apreciei de forma especial, como:
"Rasga o ventre que o sustém e ri-se, ri-se,
Ri-se o cego aborto danado,
Vidro a vidro, vontade férrea e sabor
De sangue rubro e tua dor."
Eu ontem devia estar muito mórbida xD
Obrigada a ambos ^^
Bjs!
O Biscoito chama-me peste. Hmmm. Parece eu. Reles e má.
Mas tu és uma coisa fofa, catarina ^^
Um poema mto forte
Bom mas bom
Bj
...e não teremos, de vez em quando, a peste em todos nos!
Quanto ao escrito...Excelente! Abraço
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