Spring Delight, Vladimir Kush |
Observei-a um último instante. Ela estava viva. O seu riso tímido brotava a cada brisa solta que a tomava nos braços, a cada doce ave que lhe pousava nos ramos frágeis, a cada despontar ligeiro que espreitava o mundo. Eram rebentos de si, seiva da sua seiva, vida da sua vida, um multiplicar frágil com que beijava o ar e tentava alcançar o céu. Com um abraçar ao mundo, interrompera a nudez do seu ciclo e dançava nos novos tons.
Num derradeiro sorriso de despedida, dei vontade à metamorfose e fluí entre partículas, absorvido pela terra. Alimento seu, parte dela.
Cem Palavras: desafio de escrita criativa (Primavera)
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