sábado, 1 de janeiro de 2011

Lágrimas do Mar

Três lágrimas pereceram no oceano
Lavado das angústias que suspira.
E correram por ele escutando
Velha cantiga, a do seu pranto,
Vontades levadas, vontades caídas.

O corpúsculo molecular que se adensa,
Da densidade da força se imiscui.
E grita no grupo desunido,
Que as lágrimas serão suas de suspiro,
E que entrecortada a respiração cessará.

Que não respiram já as ondas,
Superaram o seu langor do inspirar.
E no meu colo expiraram o sal da desventura.
A escuma que se abate perdeu a brancura,
Que agora são somente lágrimas do mar.

Confinadas ao eterno que adensa e evapora,
Lágrimas vertidas são hoje o mar da demora
Dessecado em alma e cristal carmim.

Ergue-se o vento e sopra o que foi desfeito,
O sonho é Fénix que te aquece o peito
E as lágrimas são flores que navegam o mar do fim.

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