Sentado em falsas canduras,
Era o tudo, nada mais que isso,
O reflexo de infléxiveis luxúrias.
Soava alto em tom sumido,
Cantava novas no tom dos Deuses
Que do povo é inimigo.
E tão alto esse eco s’erguia!
Cantava guerras, comida sem pobres.
E como ria dos pobres sem comida.
Gargalhadas mil de egos vazios,
Viu morrer desgraçados e tenros
Aqueles que eram reais sorrisos.
Inocentes descairam em seus braços.
Com contente esgar insano
Riu sadio dos seus fados.
Oh! Impropério que clama cego!
Mas que acto era aquele
De demónio eco?
Não há anjo que se repugne
Da imoral bestialidade
De pompa e passeio impune?
Mas não satisfez a Vida, o imortal.
Não lhe agradou o incómodo,
Ou mesmo o desdito animal.
O que para sempre era vasto acabou.
Pôs-lhe a Bem Aparecida um fim,
E de tristeza (a) alegria apropriou.
Lenda, talvez realizado mito.
Nos braços que não o susteve
Riu do eterno ao longinquo infinito.
Não mais pode rir, pois riu em vão.
De chacota armada aos outros
Gastou pobre o vil coração.
4 comentários:
Fez-me lembrar os gritos da guerra. A prisão.
está subtil. com palavras aconchegadas em rimas delicadas. não previsíveis. E gostei do espaço que criaste entre o eterno e o infinito num riso. Porque conjugaste espaço e tempo numa só frase :)
Bem, não há propriamente gritos, mas risos que ignoram ou troçam dos pobres.
Mas bigada pelo comentário ^^
Gosto imenso dos teus poemas por serem dos poucos rimados que gosto. Porque nunca tenho a sensação de que as rimas são forçadas. E construir poemas sem forçar a rima é, para mim, das coisas mais difíceis. Portanto, parabéns. ^^
Sabes como é que isso se faz Kath?
Basicamente as rimas são forçadas e passo a explicar porquê: Eu aponto-lhes a minha espada élfica elegantemente assassina e ameaço-as, para que forçadamente não pareçam forçadas xD
Muahahah!!
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