terça-feira, 18 de março de 2008

Seres Maléficos

Vagueiam sorrindo à dor. Quão bela lhes parece! Os seus passos esmagam almas penadas, ossos que se debulham em lágrimas de crianças mortas, no passeio que palmilham à beira do sangrento e escaldante rio, onde se ecoam gritos de vis tormentos antigos e obscuros, cobertos de compridos cabelos brancos, marejados em pétalas de negro veludo trajadas.

E como amplo é esse sorriso da mais pura e sombria alegria! Como se repercutem as sagazes e malditas gargalhadas por sinfónicos Infernos seus!

Mas as destroçadas almas penadas, essas são simples palavras que em verso colidem. Os ossos lacrimosos são bolachas recheadas que choramingam sob as mandíbulas que as devoram num sangrento batido de morango. E os pálidos cabelos de santos cruéis tormentos imiscuam-se nas suas garras, na delícia que delira por cogumelos, relíquias, artefactos, no seu eterno esparguete, mergulhados no jubiloso lago de pureza natalícia que diabólicas desvanecem.

Oh! Cérbero reinará sob o seu comando!
Avé Kath!
Avé Leto!

Muahahahah!!

3 comentários:

Kath disse...

Hm, aquilo era eu na conta de mail da minha avó. Talvez seja melhor apagá-lo. x)

***

Oh meu deus, Leto, está magnífico! Maquiavelicamente perfeito! Sem comparação possível; as referências, a maldade em cada expressão, a comida! Eu! Avé nós!

And we shall rule the world! Muahahaha!

Anónimo disse...

parece-me que é texto para alguém.

num registo diferente. pareceu-me algo novo. talvez uma oportunidade para saltares a novos horizontes e demandares novas terras!

e no fim o quão me deu a vontade de beber e já vou com uma semana e tal de ressaca. que difícil isto está. com pequenos toques que parecem gritar-me por bebida, ao menos esquecia a minha condição.

foi bom ler-te, um amplo sentido de evolução e orientação ao ler este teu último.

mas depois aguçaram pequenos bicos que me fizeram descair, uma certa melancolia assomou, algo estranho... :(

nem te sei explicar. solidão, melancolia, reflexão da minha estupidez, por aí além.

amanhã é quarta e logo à tarde regresso a casa.

tornaste a tua escrita intermitente.

O avé é religioso? Que se dane a Igreja!

Mas a imparcialidade na avaliação da tua escrita é importante e acho que deste um passo desse patamar.

Parabéns.

E estou triste.

Como outro dia disse a um colega muito famoso, que aparece montes de vezes na tv, quando eu ia a descer as escadas manuais para o metro e ele a andar numa mesma superfície, género de rampa, ponte recta, eu disse-lhe enquanto eu descia: uns mantêm-se ou sobem (ele ia apanhar o comboio de seguir que é numa plataforma mais acima) e outros descem exponencialmente - arrematei eu, triste também.

E foi essa situação num hangar perdido no meio da multidão, que não descia as escadas como eu, que sorri ao dizer-lhe aquela frase perfeitamente num cenário propício, cordial e sarcástico.

Parabéns mais uma vez, que sobressalte por último sempre a positividade real da tua escrita e nada dos meus comentários pessoais, retirados completamente do assunto deste teu texto.

Congratulações :D

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Bem, digamos que o texto foi uma brincadeira em honra de mim, e da Sra. Kath.

Não o considero uma evolução na minha escrita, mas penso que quem está de fora vê melhor que eu ^^

(Avé nós!!! xD )