quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Retrato Negro


Crio e recrio entranhas,
Pinto céus de manhas
Tuas por prazer.

Sorris só por sorte,
Risonho consorte,
Que me consome no morrer.

E és beleza sem sabor,
Sonho rebelde e desamor,
De ameias desdenhosas.

Choras rimas de lamentos,
Gritas vis os desalentos,
Das tuas túrgidas rosas.

E sem crepúsculo, noite ou dia,
Definhas, sombra luzidia
De bárbaro bucólico.

Não és deus, e se anjo és,
Corrompes santas as fés
Do santo demo diabólico.

Perco assim vinganças
E lanço ao mar lembranças
Vãs de tão vazias.

Retrato a negro pintado,
Baço de apagado,
És descuido que por fim fugias.

4 comentários:

Maxim disse...

Ok, I have no idea what is written in this site but i know one thing- this site is Sexy.

Blood Tears disse...

Ahhhhh....
O amor que consome e não nos deixa nada....

Tá lindo.... ^^

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Muito obrigada pelo comentário ^^

(e para quem não entende português:)

Thanks for the coment xD

Ana Beatriz Frusca disse...

Esse poema do ponto de vista técnico tá muito bom: aliterações, assonâncias e um ritmo preciso aliado a beleza do conteúdo.

Beijos.