sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Donde derivam as palavras?


Donde derivam as palavras
Que se elevam em suspiros?
Não o sei eu, tu sabes?
Aquele ponto e contraponto
Que corre vago e saltitante
De sentimento em amor,
De raiva em clamor,
De doçura em cinismo,
De sonho em realismo.
Então, não sabes?
Mas deveis sabê-lo!
Mais tu que ninguém.
Pois as falas, não escreves,
Pois as sentes. Não entendes?
Tu criaste tais ditos,
Não eu e tenho-o dito.
Não resguardes do subtil,
Conto esse de embalar.
Dá-mo, que te imploro,
Prostrado em suplícios
Por não o ter e possuir,
Não o beber ou sentir…

.~.~.

O carvão treme-me, indistinto
Na mão que implorava milagres
Ou, quiçá, mais do que isso.
A dúvida estremecia a seu ritmo…

E se não soubesse o desdito
Ler palavras sem sentido
Que ditava ao papel?

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom!

Embora conheça pouco a tua obra, acho este um dos teus melhores poemas.

Sofia Garcia

Gotik Raal disse...

Leto,

Derivam também das idéias, as palavras. E uma idéia genuína é coisa rara, de maravilha. E depois que o caminho não lhes seja barrado, pelas palavras.

E a tua escrita tem ambas :)

Abraço, do
Gotik Raal