domingo, 7 de dezembro de 2008

Chuva



Sorvo chá em charcos
Que a chuva encheu.
Chapinho neles, chamando-te,
Para neles chapinhares,
Chance tua de brincares,
Artista d'alegres amares!

E abres chapéu-de-chuva
Colocas cachecol ou xaile,
E sais rua fora, chocalhante,
Guizos esses, chinfrim!
Chegas aos saltos à chuva
De chucha na boca, criança!

Oh! Mas achegas-te ao charco,
Escorregas e cais!
Corres choroso, chamando
Pela mãe, qual chaleira
Em chamas que se extinguem
Ao chuvisco da manhã.

Então, fecho à chave lembranças,
Trechos são estes passados,
Algures perdidos de achados.
Já não chapinho à chuva
Já não choras, criança.
Já não te chamo, esperança.

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