segunda-feira, 25 de julho de 2016

A Noite tem em seu inato

Ophelia, Maria Spilsbury (1777-1823)

A Noite tem em seu inato
O encanto de donzela sem medo,
Que trilha o desconhecido, perdida
E de pés descalços.

O seu olhar é das estrelas
Que da imensidão perscrutam o Tudo
Da escuridão, que é o cabelo
Entrançado com o mundo.

A pele toca os detalhes, os dedos
Deslizam sobre o que não vê,
Vislumbrando de um horizonte
O não sabido pelo Dia.

E ouço-a, em sussurro, cantar, secreta
A melodia que avança, inevitável,
Até, por fim, a donzela se encontrar
No amanhecer, e desaparecer.







Ayalal,
19.Arodus.4699

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