Hoje sonhei que não era eu,
Mas uma sombra incorpórea,
De passos dúbios e gestos
Amplos de tão vagos.
Projectado na parede, era mancha,
Qual líquen que da pedra corrói a pele,
E no chão sustinha o peso dos pés
Que, incontáveis, pisavam sem ver.
Deslizava, inseguro, estirando
A consciência sob a luz,
Para ser ínfimo e esconder-me
Onde era visível a qualquer um.
E buscava por ela,
Ela que continha a resposta,
Escondida nos meandros negros
De si – escuridão.
Porém, quando a vi, fugi.
Tomá-la seria desaparecer de mim.
E, enquanto a luz for o redor,
Serei existência.
Ayalal,
24.Erastus.4699
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