Paro, atento no silêncio
E digo-vos o que escuto…
Escuto a sua inexistência,
Detalhada na multiplicidade;
O sussurro da corrente de ar, o roçagar
Do atrito do que não vejo.
Do longínquo chegam-me
Vestígios de palavras que se perdem
Na distância. E aves…
Como é belo o misto do seu cantar
E o do ramalhar das árvores!
Mas há mais, na ausência
Desse silêncio.
Há o murmúrio de ti e de mim,
O bater do coração, o fluxo
Do que anima o corpo,
Sons do mundo e sons de vida.
Quando houver só silêncio, a inexistência
Será minha.
Ayalal,
17.Erastus.4699
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