terça-feira, 19 de julho de 2016

Inexistência do Silêncio


Paro, atento no silêncio
E digo-vos o que escuto…

Escuto a sua inexistência,
Detalhada na multiplicidade;
O sussurro da corrente de ar, o roçagar
Do atrito do que não vejo.

Do longínquo chegam-me
Vestígios de palavras que se perdem
Na distância. E aves…
Como é belo o misto do seu cantar
E o do ramalhar das árvores!

Mas há mais, na ausência
Desse silêncio.
Há o murmúrio de ti e de mim,
O bater do coração, o fluxo
Do que anima o corpo,
Sons do mundo e sons de vida.

Quando houver só silêncio, a inexistência
Será minha.

Ayalal,
17.Erastus.4699

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