domingo, 14 de fevereiro de 2010

Voz do Coração


Valentim? Que dia este ecoa
O eco desvanecido do tempo a passar?
Ah! É somente um dia que se esvai
Hirto, de sorriso erguido, clamando amar.
Que no peito enternecido, idílica voz
É canto e sinfonia por vós!
Vós? Oh! Quem sois?
Somente aqueles que escutam
Voz cantante que sussurra muda,
Sentires atentos de desalentos,
E ternuras tão rubras de alma nua!
Sim, vós que me ouvis,
Vós que a mim sorris.
Que canto alto, tão alto,
Meus amores amados,
Para assim vos oferecer o Fado
Meu, o Destino a comandar.
Que não é mais este dia que um dia vão,
Tão vão que me eis a amar,
Dia após dia, perdida
Por palavras a ponderar
Com desdito coração.
Mas treme-me e eu hesito,
Temente aquela que escreve, minha mão,
E permaneço só com palavras,
Mas em voz digo, com o pensar,
Que só a vós sei amar.

Para todos os meus amigos fofos ^^

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Fim do Passado


Ship, by Hymnodi

No dormente subentendido,
Falhei o golpe de morte inata.
Entrei na vaga maré vadia,
Voguei por vontades, sem vê-las,
Levado ao termo das tormentas.
E pereci por elas.

E que paraíso desencontrei,
Díspar do fogo do Fado onde ardo,
De cerne incandescente de afogado,
Nesse mar que ruge revolto,
Enterrado na terra nossa,
Do antigo Passado.

Memórias, lembranças…
Reminiscências remotas sem rota,
Caiadas no branco descolorido
Do que um dia era pintado,
Do mar o azul índigo,
E da terra o verde esperançado.

Aqui, morri contigo em mim,
Barco ao largo naufragado.
Coração meu, que me guiaste cego,
Tão cego, de mãos ao leme,
Agora decomposto, meu corroído Fado,
Que é o fim do Passado.