domingo, 26 de fevereiro de 2017

Não aceites a vontade


Não aceites a vontade
Cujo sentido trespassa a verdade
Com a falácia de ser verdadeiro.


domingo, 19 de fevereiro de 2017

Há sorrisos que despontam


Há sorrisos que despontam
Das lágrimas que semeiam
Alento.

Ayalal,
22.Calistril.2700

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Prefiro morrer


Prefiro morrer
A perder a vida que desenho
Em linha tosca de carvão,
A mesma que teu pincel
Preenche e pinta de pigmentos
Que permutam no mural
Do coração.

Ayalal,
27.Calistril.4700

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Eis caído o céu


Eis caído o céu, 
Quando em si o Sol chorou 
A distância que o aparta 
De seu amor. 

Toca-o a memória do luar, 
Doce e efémero, 
E o silêncio que é triste 
Melodia.

Ayalal,
25.Calistril.4700

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Não existe fim no finito


Não existe fim no finito
E o finito mente quando diz
Que em si existe um fim.
A nós mentimos sem pensar,
Ao imaginá-lo assim,
De termo constrito,
Quando é contínuo e circular,
Quando é indistinto
E quando a distinção
Ludibria o sentido,
Sendo somente ilusão
Que nos tenta enganar.

Ayalal,
20.Calistril.4700

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Troam na noite

Night Travellers at a Cross, László Mednyánszky (1880)

Troam na noite
Os espíritos dos que foram,
Mas não vão.
Retidos na recordação
E embargados
No que amaram,
Pairam
E estendem a mão
Aos que ficaram.

Ayalal,
13.Calistril.4700

Sorvo alento do sorriso

Rapture, Henry John Stock (1853–1930)

Sorvo alento do sorriso
Que se ergue da alva fresca
Para nos braços tomar
O novo dia nascente.

Ayalal,
31.Abadius.4700

Rouba da inexistência


Rouba da inexistência
A vontade de nada ser,
Para que exista nela
A tal ânsia de viver.

Rouba e guarda-a
Selada para não fugir,
Que é perene essa vontade,
A de não existir.

Que perdure o encanto,
Que a possa prender
A vontade acrescida
De poder Ser.

Ayalal,
17.Calistril.4700

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O vento chora


O vento chora a lágrima da criança
Que fugiu em seus braços,
Com a Senhora que estendeu a mão
Aos seus olhos baços.

Porém, ninguém vê ou sente,
Ninguém escuta o soluçar,
Do vento que abraça
O pequeno expirar.

Caído no frio que o toma,
O único que o quer tomar,
O vento uiva na noite
A dor do apartar.

Ayalal,
16.Calistril.4700

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Há na luz a sapiência


Há na luz a sapiência
De como cerziu o Sol
A essência
Que te alumia.

Ayalal,
27.Abadius.4700

Exaurido, o rio expira

Fog on the Lake, Debra Krakow

Exaurido,
O rio expira a bruma
Do curso que corre em busca
Da una parte que se afasta,
Sem se apartar.

Contudo,
O seu suspiro perde-se
No inspirar de quem o vê partir,
E (a)guarda em seu seio
O eterno retornar.

Ayalal,
10.Calistril.4700