domingo, 23 de julho de 2017

Recordo a tua alegria


Recordo a tua alegria
Com a dor que atenta
Contra mim e ludibria
A sanidade;

Recordo o teu sorrir,
Tão puro
E sem de si fingir,
Que me oferecia o Sol;

Recordo o toque morno
Do abraço que detinha
Mundo e sonho
Que se esvaiu.

E choro...
Choro a cada dia fugidio,
Ao qual imploro
Por ti.
Ayalal,
28.Gozran.4711

terça-feira, 18 de julho de 2017

Há, sob meus pés


Há, sob meus pés,
Um trilho trôpego que descalço
Se palmilha em busca de mim.
Desconheço o rumo que segue;
Quiçá me encontre no fim.


June in the Austrian Tyrol, John MacWhiter (1892)


Ayalal,
25.Gozran.4711

quinta-feira, 6 de julho de 2017

A ausência remexe-se


A ausência remexe-se 
E rouba o fôlego do que é vivo, 
Rouba, com um sorriso 
Que rasga o peito, 
Em seu vil trejeito 
D’agrado entristecido.

*

Absence fidgets and steals
The breath of what is alive,
It steals, with a smile
That tears the breast,
In its vile grimace
Of sorrowful pleasure.

Ayalal,
20.Gozran.4711

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Há o esquecer


Há o esquecer
E o esquecido,
E o recordar
Daquilo que no tempo
É volvido.

Ayalal,
13.Gozran.4711

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Há mortos que vivem


Há mortos que vivem
No horizonte de um olhar cego,
Acomodados nas montanhas
De cumes pensados
E sopés esquecidos,
Envelhecendo e extinguindo
O Tempo na Eternidade.

Ayalal,
14.Gozran.4711