domingo, 22 de setembro de 2013

Mão na mão


Mão na mão,
Alma e sangue no coração,
Conquanto o que vai e volta,
Conquanto o peito que se revolta.

Leve o pesar, peso com sentido a vida
E aguardo, que a guardo sentida,
Fruto do tempo que flui sem fluir,
Fruto do que vai e tarda em vir…


Poema outrora integrado num conto.

sábado, 21 de setembro de 2013

Passa quanto passa


Passa quanto passa,
E o que tem de passar,
Que o passo que lhe segue
O compasso de voltar,
Volta sem que o que persegue
Seja Passado e torne a passar.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Conto os dias que abalam


Conto os dias que abalam,
Conto as teias que fiaram,
As tecelãs do cavalgar;
Que é montado no Tempo
Que infante menino crescendo
Se há-de do mundo olvidar.

Pois malha dada, malha perdida,
Fio cortado à despedida,
Que parco é o decorrer,
Onde Átropos é a ponte,
E o trilho, de nome Caronte,
É tão sempiterno perecer.


A Golden Thread, John Melhuish Strudwick (1885)