domingo, 15 de junho de 2014

Há Flores que Caminham



Há flores que caminham.
Sensíveis são os dedos de pétalas,
De ouro o cabelo, corola-de-rainha,
O busto de verde vestido é elegância,
As folhas asas do que se adivinha,
E as raízes pés descalços e substância
Que aviva, ávidas de dança, bailarinas,
Pares do áureo sopro que é Vento,
Vontade de ser semente e rebento
Lançado ao mais além, voo incerto,
Do que é viver.


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Há quem não sonhe



Há quem não sonhe,
Só, nos braços de alguém,
Consciente da consciência que tem
O não ter utópico do mundo
Que viaja ao ser profundo,
Confim de paisagem distante
E tesouro de um sorriso privado.


sexta-feira, 6 de junho de 2014

Gota a gota, há chuva


Gota a gota, há chuva,
Corpo feito de bruma
Líquida, condensada,
Suspiro de nuvem caiada,
Cal de cinza, impura;
E o frio, sanguessuga,
Sonda a lã do prado despido,
Balido que foi, balido ido,
Que não demora a entranhar
Fundo, que te rouba o ar.


domingo, 1 de junho de 2014

Olvido o Cardo e a Rosa



Olvido o cardo e a rosa. Ego,
Não há quem deseje vida trajada
De espinhos, espelho externo,
Que a compreensão vendada
Não compreende. Eterno
Será o cego, será nada,
Que nada é o que enxergo.