terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Estrada Correu

A estrada correu
Com longas braçadas em par,
Que as pernas alguém lhe comeu
Na fome de caminhar.

Deixa-me então provar-lhe os braços;
Encontrarei neles asas para voar
Dos toscos passos dados
No trilho que é nada imaginar.

Alma e Larva


Fundamentas com reversos de terra
A vida que em ti habita.
Afirmas que com fé prospera
No firmamento da alma rica:
A bolota que o esquilo enterrou,
Larva no limbo do teu avô.

Que os ascendentes e a terra
Regurgitam vermes de entranhas
Cheias, que a Ceifeira é certa,
E a foice promessas santas.
O óbolo é soturna Sorte
De como te rouba a Morte.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Semeei Flores no Regaço Cálido

Ces Jours de Lumiére, por Emilie Leger



Semeei flores no regaço cálido
Do céu que é minha manta.
Semeei sempre de mão aberta,
Que a vontade era quanta,
A de ver cada rebento florir
Aleatório na vida que há-de vir.


E floriram de pétalas mortas,
Sob o sopro do nevoeiro.
Assim o contam, que não as vi.
Das mãos abertas caiu paradeiro
Dos olhos que semeei
Com os mistérios de El-Rei.

domingo, 25 de novembro de 2012

Caminhas Passos Invisíveis


Caminhas passos invisíveis
Num lugar pintado de inexistente.
Olhas para trás e vez nada,
O mesmo nada onde o poente
Do Sol é luz rasgada
Pela adaga roubada à noite.

Caminhas e os teus pés são
Ossos descalços do coração.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Quanto se conta do Vento

©Stephanie Pui-Mun Law








Quanto se conta do vento
Num suspiro do Tempo?
Conta-se tudo, que todos são
Indistintos na imensidão.