terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Rio que é sem ser



É aquele que não existe,
O que corre sem se ver,
Linha d'água que chora triste,
Por onde escorre o falecer,

É o que não é morte ou vida,
E de cujo leito transborda saber,
Dizem-no Tempo, aragem que suspira,
Fantasma e rio que é sem ser.


©Stephanie Pui-Mun Law, 2013

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

As aves são olhos intrépidos



As aves são olhos intrépidos,
Vales e montes trejeitos,
O sopro do vento é voz de sussurro,
Grito mudo, eterno uivo.

A chuva, timbrada em lágrima,
Embebe os lábios da terra,
Sorvida a lembrança distante
Dos confins do mar,
Donde se perde o mundo
Que nele é fonte e desaguar.