sexta-feira, 21 de maio de 2010

Inês de Castro (Acróstico)



Dona e Senhora do Coração de Portugal,
Olvidas em teus cabelos de obsidiana
Nossa alma benévola e cantiga profana,
A anciã candura de um povo imortal.

Idílica a tua presença, nossa flor sentida,
No romper do que foi lançado em fogo e dor.
Extinto? Não, que não se extingue o amor,
Somente o corpo que detêm a vida.

Duas almas de coração unido,
E é contada a História de um Portugal sofrido.

Contigo sonhou a alma do bem-querer,
Ai, lágrima minha, querida e doce Inês.
Sonhou Pedro, o Justo, o do teu alento.
Tirano o ente, tirana a alma descontente,
Rompeu-se efémera a vida ida.
Oh! Oramos à rubra rosa a sangue florida.

Que és ainda nossa amada Rainha,
Após a vida...

domingo, 16 de maio de 2010

Selecção Natural (Reformulado)

Sou o acaso determinante,
E o determinismo de todo casual.
De foice em punho e mão estendida,
Para o ousado que é distante,
Dito o pretendido e o informal.

Clamam-me alto, Demónio e Deus,
O Fado que baila com o respirar.
Somente o juiz cego que vê no réu
A partícula por escolher de entre os seus
E tudo o que na existência há por julgar.

Erijo assim o que no Mundo deveria ser,
Não selecciono o próspero que domina.
No vasto grito íngreme das Leis,
Do Nada escolho o Tudo do nascer,
E do Tudo escolho a neblina que é a Vida.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Hábitos de Leitura

Lalala... Como estava a precisar de descontrair um bocadinho com qualquer coisa, resolvi responder a um pequeno questionário sobre hábitos de leitura, seguindo os exemplos de três blogs pelos quais passei hoje a vista: Lydo e Opinado, As Leituras do Corvo, e Estante de Livros.

E aqui vai:

Petis­cas enquanto lês? Se sim, qual é o teu petisco favo­rito?
Se petisco... Bem, se tiver fome, vou buscar alguma coisa para comer, quanto leio. Mas não é algo a que possa chamar petisco. A não ser que tenha gomas escondidas algures pelo quarto... hehe

Qual é a tua bebida pre­fe­rida enquanto lês?
Não bebo enquanto leio. Posso me engasgar, ao ler alguma coisa interessante xD

Cos­tu­mas fazer ano­ta­ções enquanto lês, ou a ideia de escre­ver em livros horroriza-​te?
Anotações? Nunca! Os livros não são para serem profanados!

Como é que mar­cas o local onde ficaste na lei­tura? Um mar­ca­dor de livros? Dobras o canto da página? Dei­xas o livro aberto?
Nunca dobro o canto das páginas e assusto-me só de ver quem o faz. Normalmente utilizo um dos meus marcadores repetidos (ou seja, aqueles que não precisam de estar na colecção).

Fic­ção, não-​ficção, ou ambos?
Sempre ficção, que é uma forma de dar asas à imaginação.

És do tipo de pes­soa que lê até ao final do capí­tulo, ou páras em qual­quer sítio?
Paro ou tiver de parar, mas marco sempre o local onde paro, nem que tenha de pôr o marcador numa orientação fora do normal. Infelizmente, normalmente não posso parar quando quero, tenho de parar quando os outros querem.

És lei­tor para ati­rar um livro para o outro lado da sala ou para o chão quando o autor te irrita?
Pobre livro! O.O Simplesmente rogo umas quantas pragas ao autor.

Se te depa­ra­res com uma pala­vra des­co­nhe­cida, páras e vais pro­cu­rar o seu sig­ni­fi­cado?
Muito, muito, muito raramente. Normalmente tiro o significado pelo contexto, e só quando considero a palavra deveras incompreensivelmente interessante é que vou ver o seu significado.

O que é que estás a ler actu­al­mente?

Destino do Universo - Avatar, de Frederico Duarte; A Origem das Espécies, do Darwin;


Qual foi o último livro que com­praste?

A Fúria dos Reis, de George Martin; Sebastian, da Anne Bishop; Aprendiz de Assassino, da Robin Hobb;

Lês só um livro de cada vez, ou con­se­gues ler mais que um ao mesmo tempo?
Consigo ler mais do que um livro ao mesmo tempo, mas não é coisa que goste de fazer. Normalmente só leio dois livros simultaneamente porque sou obrigada de alguma forma (como agora... que alguém se lembrou de me obrigar a fazer um trabalho sobre a Origem das Espécies...)

Tens um lugar/​altura do dia pre­fe­rido para ler?
Um lugar favorito... no meu quarto, onde ninguém me perturba.

Pre­fe­res livros incluí­dos em séries ou inde­pen­den­tes?
Hm... Desde que sejam bons, tanto me faz que seja uma série ou um livro independente. Tenho em conta que me reservo mais para o género de Fantasia, acabo por ler mais as séries.

Existe algum livro ou autor espe­cí­fico que este­jas sem­pre a reco­men­dar?
O Drácula, do Stoker; a Trilogia das Jóias Negras, da Bishop; as barbaridades que eu própria escrevo... *cof cof*

Como é que orga­ni­zas os teus livros?
Organização? Que palavra tão estranha... Bem, normalmente coloco-os por autor e por colecção (e por vezes por ordem de tamanho)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Os Abismos


Son of Midnight Sea, by Sedative God

O céu pintado a negro caiu,
Cantando aos deuses o seu choro
Temente de não poder retornar.
Que não retornou do Mar
Onde o seu choro se ouviu.
Tomaram-no em seus braços as ondas,
E aprofundaram-no de mágoa em si.
Profundo, tão profundo,
A profundeza que tingiu de si.
Que se criaram assim, nos recônditos,
Dos frios Mares da Incerteza,
Os negros abismos sem fim.

(Capítulo XI d'O Príncipe do Mar do Interior)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sem título

O Sol cadente, que antecede o crepúsculo,
Pinta de fogo, o sangue de que é constituído
O mundo, na saga do viver.

Encandeia e queima, essa pintura,
E em cinzas nuas, reserva à noite,
O Luar seu do perecer.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Selecção Natural

Sou o acaso determinante,
E o determinismo casual.
De foice em punho e mão estendida,
Para o ousado que é diferente
Eu dito o modificar.

Clamam-me Deus e Demónio,
O Fado que baila com o que vive.
O juiz cego que vê no réu
A partícula por escolher
E tudo o que há por julgar.

Não erijo o que deveria ser
Não selecciono o dominante,
Mas o que irá ser e dominará.
Que faço do Tudo o Nada por existir
E do Nada escolho a vida que há-de vir.

(oh god, fiz um poema dedicado à SN, estou a ficar maluca!)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Niadin Midarvia


Moonbathing, by Puimun

As Estrelas são espíritos que dignam trajar de luz
O infinito de Sua Graça.
A Noite é barda voz dos sonhos e mitos
Que dominam o mundo.
O Luar é Sua palavra oferecida, cantada e escrita,
No sentir da alma.

Senhora de Olhar de Utopia,
Honram-te aqueles que não olvidam o que foi o tempo a passar,
Na fidelidade do Teu amar onde muitos se perderam.

Minial celdh i ladnar adian, niadin Midarvia

sábado, 1 de maio de 2010

Alma Fugida


Clock, by GruEliSm

A alma que no peito estremece,
É caricatura de sangue e carne escrita.
Do cárcere contido, na memória-cadáver,
É do corpo, seu morto vivo,
No limbo dos murmúrios.

E no tempo fugido do ponteiro que parou,
Antes da última badalada da vida,
Gritou o Ente de sentir vestido a negro,
Do perder que se viu vestido
Num corpo sem alma.