sábado, 3 de janeiro de 2015

Treme entre os alicerces do que é



Treme entre os alicerces do que é
Hoje o contraforte do Homem,
Treme e expira a vida que é fé
A consumir o que consomem,
Quanto do que não é seu
E tudo o que é teu.

Treme e arranca-lhes as raízes
De ferro, que te magoa
A audácia da cobiça. Predizes
A queda da falsa ave que voa,
Sob a terra, sob o mar,
Vida tua que irás tomar.

Não contas o tempo, anos e Eras
São suspiros dos que vão.
Esses incontáveis, almas meras
Mas tão cerne de coração.
Treme e toma tudo, és Natura, Mãe e Pai
Daquilo que é e do que se esvai.


Sismo de Lisboa de 1755, artista desconhecido


2 comentários:

Marisa Luna disse...

AMEI!!!!!
Escreves tão bem!
Fico sempre à espera do próximo!
Beijocas

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Muito obrigada, Marisa :D
Fico muito contente por saber que gostas, mesmo muito!

Beijinhos