Vem, debruça-te à janela
Do mundo que evolve,
E espreita o torvelinho a ecoar
Ditames de mentes soltas
Que constrangem seu pensar.
Vai ali o taciturno de olhar caído
Na calçada que corre a estrada;
A sua vai para tornar
Ao donde não saiu, e persiste
Até passar o taciturno do meditar.
Mais à frente, aguarda o que sorri
Embustes e tece intrigas
Nas agulhas céleres do congeminar,
Vira a esquina e segue a passo o trilho
Da mente que se há-de estreitar.
Agora escuta os cascos e observa
O cavaleiro que segue a rua das restrições.
É a mais estreita a apertar,
Tanto que a luz se fina num beco
Ladrão que lhe rouba o ar.
No entanto, ali vai a liberdade.
Vê como corre, pequena e ligeira!
É senhora das ruas a abarcar,
Com seus pés indecisos que pensam
Tudo o que há a imaginar.
Salta entre avenidas, roda sobre si,
Dança com o riso, na chuva do olhar,
E, se atentares, podes vê-la voar.
Voa tanto que por vezes foge
Para as ruas do não mais voltar.
Ayalal,
23. Kuthona.4699
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