Oiço vozes de ninguém,
Ao apagar a luz
Do olhar.
Oiço-as chamar,
Gritam,
E só de mim responde
O intangível
Escutar.
Bebo o eco da sua dor.
Consumo
Cada detalhe que se contorce,
Cada vestígio, cada suplício,
Cada suspiro sem ar,
E torno-os no rio
Que só na lágrima poderá
Desaguar.
*
I hear voices from no-one,
When I erase the light
From sight.
I hear them call,
They scream,
And only I answer
With intangible
Listening.
I drink the echo of their pain.
I consume
Every detail that writhes,
Every vestige, every torment,
Every breathless sigh,
And turn them into the river
That only tears
Can drain.
Ayalal,
17, Sarenith, 4711