Senta-te e aproxima-te
do pensamento.
Observa-o ao largo,
sem idade.
É tão demente que é
são,
Alma tricotada a
piedade,
E terrível besta sem
coração.
Identifica-lo. Passo
ante passo,
Cautela se é verdade
que muta,
Conquanto indefinido.
Olhar baço
De quem está e não
está, permuta,
É brisa doce e
suspiro de aço.
Então perde-te, na orla
de floresta negra,
Onde o sopro tem
perfume a maresia,
As folhas são de cor
mil, oceano,
E o céu, teu, tão
teu, é magia,
Mundo além, mundo
arcano.
Imiscui-te. Idílico,
vagueias
Onde o Nada, se
labirinto, é escudo,
Compreensão de lâmina
cega, espadachim,
Canto de quem tem o
tom mudo,
Finito – quão finito?
–, que não lhe vês fim.
Subsiste o complexo
de raiz profunda,
Com e sem tronco,
ignoto ao olhar.
Não o nomeies, é
selvagem, etéreo, desnudo,
Do qual o grito, eterno
rumorejar,
É o resto, e tão somente
Tudo…
Faz do pensamento teu Lar.
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