domingo, 20 de fevereiro de 2011

Mensagem , Fernando Pessoa - Brasão, Os Campos



(Juro que vou estrangular o Movie Maker por comer caracteres nas fichas...)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

5 sentidos na Água


Magic River, by Gilad

Oiço o tímido tilintar gotejante
Estilhaçar-se no trilho irregular.
Oiço e escuto a voz sonante
Da chuva e do seu cantar.

Vejo ao longe a una multidão
De partículas, que se precipita.
Escorrega pelo leito do coração
No rio fluído que leva a vida.

E sigo-o, correndo vales,
Degustando o sabor da beleza.
Que se estende em mil abraçares
Ao estuário longínquo da certeza.

E certa é a sua chegada,
Diz-me o perfume que não engana.
Regressado nessa madrugada
À que a si se chama: maré mundana.

Paro então, de pés descalços n’areia,
Sentindo a essência fria e líquida,
Sentindo espuma viajada até minha beira,
O sussurro da água distraída.

Que o Mar fala de tudo o que é,
De tudo o que foi e de tudo que será.
Escuto, diviso e cheiro essa sua fé,
Tacteio e saboreio a vida que me dá.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ler


Book, by Blind Man Photo

Uma palavra escuta-se ao ouvido do pensar.
É sentida com um vislumbre de desatenção,
E observada quando o não saber
Chama a atenção do coração.

Explora-a assim, e às que a seguem,
Em modo de as conhecer.
Saltando de linhas, degrau a degrau,
No seu perene desentender.

Porém hesita e recua aquele saltitar.
Que no ver passar, a curiosidade
Brincou às cócegas com o espírito
Desejando sua a insanidade.

Retorna então ao início e inicia.
Mas que recomeço é esse do recomeçar?
É o entender o desentendido
Que só a leitura sabe pintar.

Que somos cegos à primeira frase
Até nos chegar a palavra perdida.
Que ler, para quem sente a leitura,
É viver vivo outra vida.

Natureza do Amor (Algo lamechas II... nhe!)


Bajo la raiz, by NuriaMM

A “Natureza do Amor” tem o fogo
Que se empluma desnudo,
Recriando a cor do que é o amor
Pintado em telas do Mundo.

É com essa cor que pintaste
As mil e uma do meu coração,
Que és o carinho da vida minha
O calor de que se traja a paixão.

Um sonho de tintas esborratadas
O qual só tu sabes pintar.
És artista abstracto e matizaste
A vida e a vontade de sonhar.

E eu retribuo com o canto
De versos tímidos do florir.
Que o idílico é o teu alento,
Os teus lábios, e o teu sorrir.

Então, que nos ramos se adensem
As flores que despontam no coração,
Para se colherem, que amadurecem,
Os frutos da nossa estação.

Pois as raízes se aprofundam
E prendem a si da terra o fervor.
Que sejam esses os alicerces vivos
Do nosso eterno amor.

Algo lamechas... nhe!

Quis um dia meu olhar contemplar
O que a Evolução fez de perfeito,
O que é Sol e estrela do pensar,
E anseio no meu peito.

Quis um dia minha alma sentir
Sentimento semeado ao vento,
Vontade tonta de sorrir,
A que sinto com teu alento.

Que és meu licor aquecido
Nos abraços densos da paixão,
O embriagar do que chamo espírito,
O embalar do coração.

Chamo-te “Mundo”, que és o meu,
Por entre um beijar ao inato.
Mundo e universo de Galileu
Que és o céu… e o que faço?

Escrevo-te versos toscos, desnudos
Do que é fútil ao beijar.
Que nestas quadras estamos juntos
E pinto nelas o amar.

Aquele que te pertence, esborratado
Em cores do amanhecer e d’aurora.
Que é tua a beleza do sonhado
Onde perdi a solidão de outrora.

(Não gosto de poemas deste género xD)

Lince Ibérico (Acróstico)


Lince, by Griffin

Lembrança de gato há muito perdida,
Inato desconfiado, olhar arguto de intenção felina.
Nuances selvagens da Ibéria são essas das pupilas
Cor de liberdade, cor do passado das vidas,
E da esperança de um dia.

Imiscui-se o mistério na tua pelagem
Banhada do sonho de garras afiadas.
És pequeno e doce de cerne selvagem,
Rumor, que no bosque voas sem asas!
Istmo do querer prevalecer, teus rosnares
Cantam o ser de mim e, no meu coração,
Oiço o lince Ibérico em extinção…