Silêncio. Um ténue raio de sol penetrava através das fendas estreitas da madeira apodrecida de velha, alumiando o pó que flutuava etereamente em seu redor, uma chuva que revolteava ao mero sopro e não molhava ou era fria. Esticou o pequeno braço branco, fechando a mão sobre o pó. Aqueles fragmentos ínfimos faziam parte de si, crepúsculos de um inato que se desfazia e se escapava através do tecido que era a pele fina, compondo a atmosfera abafada que se revolvia, no lar de solidão que habitava.
Antes, não dava especial atenção àquelas partículas. Só pensava nos sorrisos de alegria que revibravam vivos naquela mesma casa, sorrisos que ela própria fazia sorrir, alimentando-se de carinho e amor, tal como era ela alimentada. Mas agora ninguém a alimentava. Há quantos anos passaria fome? Esquecera-se do passar do tempo naquela cabana apodrecida do topo da árvore. À sua frente, repousava uma chávena de chá inundada em água turva. Conseguia ver o seu reflexo no líquido que nunca evaporara e ali permanecera, o chá que partilhara com a sua senhora menina que um dia partira. E ali a deixara viver de sede, sede de querer ser abraçada novamente, sequiosa daquele toque suave, do pente nos seus cabelos de tiras castanhas, agora também poeirentas, ruídas pelas traças incessantes, tão esfomeadas quanto ela. Ao contrário da sua pequenez pessoa que nunca fora, os insectos tinham o que comer. Comiam-na a ela e à sua mansão. Comiam o que era seu. Talvez também tivessem comido a sua senhora menina, aquelas térmitas desditas.
Deixou pender o braço que erguera para apanhar o pó que era seu, e a casa caiu, tal como a vontade de viver da pequena boneca de trapos.
Antes, não dava especial atenção àquelas partículas. Só pensava nos sorrisos de alegria que revibravam vivos naquela mesma casa, sorrisos que ela própria fazia sorrir, alimentando-se de carinho e amor, tal como era ela alimentada. Mas agora ninguém a alimentava. Há quantos anos passaria fome? Esquecera-se do passar do tempo naquela cabana apodrecida do topo da árvore. À sua frente, repousava uma chávena de chá inundada em água turva. Conseguia ver o seu reflexo no líquido que nunca evaporara e ali permanecera, o chá que partilhara com a sua senhora menina que um dia partira. E ali a deixara viver de sede, sede de querer ser abraçada novamente, sequiosa daquele toque suave, do pente nos seus cabelos de tiras castanhas, agora também poeirentas, ruídas pelas traças incessantes, tão esfomeadas quanto ela. Ao contrário da sua pequenez pessoa que nunca fora, os insectos tinham o que comer. Comiam-na a ela e à sua mansão. Comiam o que era seu. Talvez também tivessem comido a sua senhora menina, aquelas térmitas desditas.
Deixou pender o braço que erguera para apanhar o pó que era seu, e a casa caiu, tal como a vontade de viver da pequena boneca de trapos.
(Não saiu nada do que eu queria -.-')
5 comentários:
Mas saiu bonito à mesma. ^^
Pois saiu *.*
Esta lindo leto=, nao saiu como querias, nem consigo imaginar se tivesse...Quando um dedicado a esta alma pobre, nefasta e perdida?
Este inicio é-me familiar... :D
Não consegui ler tudo porque vou agora ter bioestatística... --'
Mas daqui pouco já cá passo para comentar com qq coisa de jeito! :P
Beijinho Letozinha*
Obrigada a todos ^^
Vai para BioEst, filha, vai! Não faltes! Senão levas porrada...
Beijinhos! ^^
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