sexta-feira, 4 de abril de 2008

Coração


Sou servo do doce sangue que embalo,
Sou órgão que toca, maldito.
Ressoo para ouvires o meu canto,
Para ouvires os acordes da dor
Daquele bem que desdito
Se dá pelo nome de Amor.

Longe de tudo, perto de ti,
Segredo o pensamento abençoado.
Eis-me então aqui,
Espero avidamente pelo fim
Do dolorido amor predestinado.

E bato, bato, torno a bater;
Insisto por insistir.
Bato insistentemente por viver
No peito que não me quer ouvir.

2 comentários:

Kath disse...

Mesmo sem se ler o título consegue adivinhar-se do que se trata, tão bom que está.

Sempre achei que o Amor era um malandro. =p

Lindo, Leto. ^^

Anónimo disse...

nessas ocasiões deve-se persistir - analogia a esse bater contínuo do coração.

Enquanto há vida há amor.

De volta à poesia, não é? Tenho reparado ultimamente.