segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Segredo

Olvido sopros de sussurros que cantas,
Ai de mim se os oiço!
De onde o encoberto oculta, às tantas,
Salta bicho que escondo.

E correrá livre, maldição!
Dirá o que não digo a ti, amigo,
Dirá o que minto ao coração,
E dirá ditos de sonhos contigo.

Não posso. Visto-o a negro.
Calo-o e que chore em murmúrio.
Que se lute, do tempo segredo,
Que se disfarce e oculte, mau augúrio.

Se o ama, porque não amar-me,
E não matar-me neste falecendo?
Amordaço-o e bato-lhe. E ele espicaça-me!
Continua cruel, vingativo mordendo.

Oh! Segredo és tu de crime em sangue
Escarlate de assassínio oculto.
E corpo sou eu, teu, exangue,
Nas brumas rubras do veludo.

Chamam-lhe amor… que mentira!
É tortura e martírio vivo.
Dizem-no virtude, eu digo-o ira,
A que tenho para comigo.

3 comentários:

Gothicum disse...

"A embriaguez e o amor revelam os segredos."
(Grynaeus)

...que os teus sejam tão bons quanto o teu escrito...abraços

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Os meus segredos? Bons? Hum... não sei não xD

Obrigada pelo comentário ^^

Beijinhos!

Kath disse...

Gostei especialmente do final.

Teu. ^^