O quadro estava esborratado de pintado.
Um risco corria-o de lado a lado qual uma ponte,
Travessia que os corpúsculos corriam
Atarefados com os seus afazeres de pintores.
Mediam a tela com o sentido cego,
Vendo para além do observado que todos viam
E rebolavam pelas medições sentidas,
Gritando de medo, mas felizes aprendizes.
Saltaram de um risco para o outro,
Desordenados ou endiabrados, quem o saberia?
Pintaram-se, sobrepuseram-se, descuidados,
E sombrearam irmãos dos seus.
E quando olhei, eles olhavam-me.
Quietos de irrequietos, cansados de dançar.
E sorriam. Tão azuis quanto o céu,
Na sua tela recortada dos altos cerúleos.
6 comentários:
Não sabia o que era um corpúsculo. Já fui ao dicionário!
Aprendi mais uma coisa hoje. Obrigado!
Ainda bem que o poema serviu para alguma coisa xD
Lindo, Leto * Em cada quadro, cada pessoa vê alguma coisa que difere de ego para ego... :)
Tiago
Lindo, de facto. Há sempre uma nova imagem na tua poesia, como um sonho para descobrir...
AS tuas poesias são sempre telas pintadas de cores mágicas. Abraços Leto
Obrigada aos três, é muito bom saber que consigo "pintar" alguma coisa de decente ^^
Beijinhos!
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