terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Corpúsculos de Céu



O quadro estava esborratado de pintado.
Um risco corria-o de lado a lado qual uma ponte,
Travessia que os corpúsculos corriam
Atarefados com os seus afazeres de pintores.

Mediam a tela com o sentido cego,
Vendo para além do observado que todos viam
E rebolavam pelas medições sentidas,
Gritando de medo, mas felizes aprendizes.

Saltaram de um risco para o outro,
Desordenados ou endiabrados, quem o saberia?
Pintaram-se, sobrepuseram-se, descuidados,
E sombrearam irmãos dos seus.

E quando olhei, eles olhavam-me.
Quietos de irrequietos, cansados de dançar.
E sorriam. Tão azuis quanto o céu,
Na sua tela recortada dos altos cerúleos.

6 comentários:

Conversa Inútil de Roderick disse...

Não sabia o que era um corpúsculo. Já fui ao dicionário!
Aprendi mais uma coisa hoje. Obrigado!

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Ainda bem que o poema serviu para alguma coisa xD

Tiago Mendes disse...

Lindo, Leto * Em cada quadro, cada pessoa vê alguma coisa que difere de ego para ego... :)

Tiago

Carla Ribeiro disse...

Lindo, de facto. Há sempre uma nova imagem na tua poesia, como um sonho para descobrir...

Gothicum disse...

AS tuas poesias são sempre telas pintadas de cores mágicas. Abraços Leto

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Obrigada aos três, é muito bom saber que consigo "pintar" alguma coisa de decente ^^

Beijinhos!