Nas vagas suaves da maresia,
Perdeu-se ao luar dançante,
Onde viu, algures no marulhar,
Rosa perdida que o guiava.
E escondida no distante,
Viu-o partir, da beira-mar.
Vela, à noite erguida,
Proa, no escuro, indefinida,
E popa, só, em despedida.
O vento soava doce,
Ronronando, que o acompanhava.
Ai de mim, que era o fim,
Aquele que avistava ao longe.
E só eu, no meu adeus, esperava
Que quisesse ele esperar por mim.
Mão, que acenava, erguida
Olhos, de cor distante, indefinida,
E voz suave, mas não de despedida!
Pés descalços na fria areia,
Que ele por mim chamava!
Na espuma e fúria do impensado
Corri água adentro, insana,
Corri sem adeus, que a palavra
Era dura, finita e só meu pecado.
Fui, nos seus braços, erguida
E alma a minha, indefinida,
Deu à triste terra a despedida.
(Au revoir!)
2 comentários:
que seja sempre um breve ir e voltar! abraços muito fraternos!
Tão bonito Leto *.*
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