quarta-feira, 18 de março de 2009

Despedida

Nas vagas suaves da maresia,
Perdeu-se ao luar dançante,
Onde viu, algures no marulhar,
Rosa perdida que o guiava.
E escondida no distante,
Viu-o partir, da beira-mar.

Vela, à noite erguida,
Proa, no escuro, indefinida,
E popa, só, em despedida.

O vento soava doce,
Ronronando, que o acompanhava.
Ai de mim, que era o fim,
Aquele que avistava ao longe.
E só eu, no meu adeus, esperava
Que quisesse ele esperar por mim.

Mão, que acenava, erguida
Olhos, de cor distante, indefinida,
E voz suave, mas não de despedida!

Pés descalços na fria areia,
Que ele por mim chamava!
Na espuma e fúria do impensado
Corri água adentro, insana,
Corri sem adeus, que a palavra
Era dura, finita e só meu pecado.

Fui, nos seus braços, erguida
E alma a minha, indefinida,
Deu à triste terra a despedida.

(Au revoir!)

2 comentários:

Heduardo Kiesse disse...

que seja sempre um breve ir e voltar! abraços muito fraternos!

Brid disse...

Tão bonito Leto *.*