Conspurcou…
Quanto do sangue derramado
Fulgiu rubro de rubi,
Jóia e pertence quebrado
Quando desdito caiu,
E estilhaço estéril, se apagado,
Tornou a vida que o partiu.
Sagrado…
Nascer que o vento,
Nos braços areosos de chagas
Abertas, aos mundos de sustento,
Sussurra vida, a do sorrir.
Destrono em embalo, que tormento…
O de o ver partir.
Não amou…
Dito fugaz (ó tristeza!)
O suave seu alento,
Privou-se pronto da certeza
Somente em torsos quebrados.
Quebrou sonhos, e se delicadeza
Foi, escondeu dos vidros os estilhaços.
E eu chorei…
Não mais o cantar foi pranto
O do sorrir, pois ele partiu.
Desceu fundo, tão fundo, conquanto
Era o descer para além finito,
Perdeu-se estrela de encanto
No seu ponto indistinto.
E conspurcou o sagrado,
Caindo tão aquém do possível,
O braço cadente do Fado.
Não amou e eu chorei,
Era seu, só seu o pecado,
Onde, sentada, por ele esperei.
6 comentários:
Tão lindo *.*
"O gosto é a consciência literária da alma. "
(Joseph Joubert)
....simplesmente belo...como sempre um enorme gosto em ler o que escreves. Abraços
Muito bom, fico sem saber o que comentar. xD
Parabéns e continuação de óptima poesia. ^^
Linda poesia.
Muito obrigada a todos ^^
muito bom :)
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