Da escala que se imiscui no passar do tempo, sobrou um ponto vazio, um ponto sem nada. Encontrava-me entre os outros, perdido, tão deslocado do meu tempo que até de mim estranhava, pois aquele não era o tempo do vazio, não era o tempo do nada, nem o tempo de coisa nenhuma. Era o tempo do Tudo, onde não pertencia, que o meu tempo era outro, um tempo ancestral e um tempo final, antes do nascer e depois do morrer.
Então, quem me colocara ali no meio, por engano? Eu, o centro do Tudo, eu, que era nada e coisa nenhuma. Fora engano, sem dúvida, que ninguém muda o tempo, nem mesmo o mais poderoso deus é capaz de inverter o curso desse tão todo-poderoso rio. Que as correntes correm irrevogáveis e sempre do principio para o fim, de mim, para mim, mas não por mim. Eu presencio, mas não estou presente, eu crio, mas não pertenço à Criação, que ninguém me criou, sempre existi, eu, o nada do principio e do fim, devorador de mundos e criador de universos. O omnipotente que não pertence aqui.
Então, quem se atreveu a baralhar o que é ditado, quem me pôs entre o manipulado que escrevo e pinto? Um ponto de vazio entre a Criação, um ponto de consciência nula, a branco, na tela negra e rubra do mundo. Um ponto que dilatou o tempo e o rasurou numa quebra indistinta de relativa.
O Nada implantou-se no Tudo, de braços estendidos.
"Que do Nada nasce o Tudo,
No caminho negro que descuro,
E se consome voraz até ao fim,
Canibal de si.
Até o nada ressurgir, puro,
No confim oculto do futuro
(Que reservei para mim)."
Então, quem me colocara ali no meio, por engano? Eu, o centro do Tudo, eu, que era nada e coisa nenhuma. Fora engano, sem dúvida, que ninguém muda o tempo, nem mesmo o mais poderoso deus é capaz de inverter o curso desse tão todo-poderoso rio. Que as correntes correm irrevogáveis e sempre do principio para o fim, de mim, para mim, mas não por mim. Eu presencio, mas não estou presente, eu crio, mas não pertenço à Criação, que ninguém me criou, sempre existi, eu, o nada do principio e do fim, devorador de mundos e criador de universos. O omnipotente que não pertence aqui.
Então, quem se atreveu a baralhar o que é ditado, quem me pôs entre o manipulado que escrevo e pinto? Um ponto de vazio entre a Criação, um ponto de consciência nula, a branco, na tela negra e rubra do mundo. Um ponto que dilatou o tempo e o rasurou numa quebra indistinta de relativa.
O Nada implantou-se no Tudo, de braços estendidos.
"Que do Nada nasce o Tudo,
No caminho negro que descuro,
E se consome voraz até ao fim,
Canibal de si.
Até o nada ressurgir, puro,
No confim oculto do futuro
(Que reservei para mim)."
7 comentários:
Oh Leto, então e a dilatação do tempo???? Esqueceste-te do paradoxo dos gémeos!! LOOOL
Está muito bom mesmo carina, a sério. Fiquei mesmo vidrada a lê-lo *.*
LETO RULEZ
Beijinho Mami*
Está lá a dilatação do tempo! xD
há sempre um porquê e há sempre uma dúvida.. mas nada é que não tenha que ser.. e nada é que não se possa mudar :)
Beijinhos creepy girl (ehe a brincar, não me metes medo hahaha)
( e como a joli se lembrou no meu: a minha verificação de palavras foi "offorian" um bom nome ehe)
Aah, está bonito, Leto. E não és nada. ^^
"Talvez o tempo te ponha na sua escola pois não terás melhor professor que ele."
(Abu Shakur)
...estranho numa terra estranha...abraços
Ps: para nós não és estranha...és tu mesma!:)
Tu surpreendes-me na maneira como escreves. :)
Gostei.*
Obrigada a todos ^^
E viva o vazio!
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