Apago-os de uma só passagem,
Coisas mesquinhas que vejo
Desenhadas e sim, máculas
Do papel onde quero desenhar.
Apago-os e sopro-os,
Que se vão.
Que se dizem consciências
E não o são.
Desenho mais e surgem os mesmos.
Novas manchas absurdas
Que caminham em mim
Mesmo, caminho de enjoar.
Risco-os e amarfanho-os,
Que se vão.
Que se dizem humanos
E não o são.
Atiro-os para o caixote.
Como ressaltam, não o sei.
Porém voltam, vindos a mim,
Sempre, que me irritam.
Levanto-me e saio,
Que me vou.
Que me digo pintor
E não o sou.
4 comentários:
Raios, que os desenhos têm pernas!
xDD
"Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras."
(Marcel Proust)
...podes não ser pintora, mas que tens um talento nato para a escrita tens. Abraços.
Ps.A melhor maneira dos desenhos não voltarem...é chegar-lhes o fogo heheh!:)
Mas tu desenhas bem, hmph. Eu tenho a prova, muahaha!
A pequenês da mente, da alma e do espírito pulula à face da Terra como se de uma praga se tratasse... da pior e mais mortífera das pragas... ou não fosse a ignorância estar na base da dor e do sofrimento...
Aproveita as máculas e faz delas sombras, que dêm nova orientação e nova vida ao teu desenho... não lutes contra elas... entrega-te a elas, é mais fácil vencê-las assim...
:-)
Gostei imenso do texto, mesmo muito... beijinhos!!
Enviar um comentário