quinta-feira, 7 de maio de 2009

Desenhos que não quero Desenhar

Apago-os de uma só passagem,
Coisas mesquinhas que vejo
Desenhadas e sim, máculas
Do papel onde quero desenhar.

Apago-os e sopro-os,
Que se vão.
Que se dizem consciências
E não o são.

Desenho mais e surgem os mesmos.
Novas manchas absurdas
Que caminham em mim
Mesmo, caminho de enjoar.

Risco-os e amarfanho-os,
Que se vão.
Que se dizem humanos
E não o são.

Atiro-os para o caixote.
Como ressaltam, não o sei.
Porém voltam, vindos a mim,
Sempre, que me irritam.

Levanto-me e saio,
Que me vou.
Que me digo pintor
E não o sou.

4 comentários:

Brid disse...

Raios, que os desenhos têm pernas!

xDD

Gothicum disse...

"Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras."
(Marcel Proust)


...podes não ser pintora, mas que tens um talento nato para a escrita tens. Abraços.

Ps.A melhor maneira dos desenhos não voltarem...é chegar-lhes o fogo heheh!:)

Kath disse...

Mas tu desenhas bem, hmph. Eu tenho a prova, muahaha!

Porcelain disse...

A pequenês da mente, da alma e do espírito pulula à face da Terra como se de uma praga se tratasse... da pior e mais mortífera das pragas... ou não fosse a ignorância estar na base da dor e do sofrimento...

Aproveita as máculas e faz delas sombras, que dêm nova orientação e nova vida ao teu desenho... não lutes contra elas... entrega-te a elas, é mais fácil vencê-las assim...

:-)

Gostei imenso do texto, mesmo muito... beijinhos!!